sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Dia Mundial da Alimentação

Alexandra Bento, Presidente da Associação Portuguesa Nutricionistas:

Como prevenir é o melhor remédio, é importante conhecermos o nosso estado nutricional e ter um padrão alimentar saudável. Assim, na quinta-feira, para celebrar o Dia Mundial da Alimentação, que tal fazer um check-up? 

A alimentação é reconhecida como um dos principais determinantes da saúde. Em Portugal, tal como no resto do mundo, as principais causas de morte e de perda de anos de vida reflectem uma alteração dramática nos hábitos alimentares, como resultado dos fenómenos de industrialização, urbanização, desenvolvimento económico e globalização do mercado. 

Nas designadas sociedades da abundância, a prevalência da obesidade e de outras doenças crónico-degenerativas têm vindo a aumentar rapidamente. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, se nada se fizer para prevenir ou tratar a obesidade, mais de metade da população mundial será obesa no ano de 2025. No que diz respeito à diabetes, a previsão global aponta para que a prevalência duplique de 171 milhões (em 2000) para 366 milhões em 2030. Estima-se também que a mortalidade por cancro atinja, em 2030, cerca de 11,4 milhões de pessoas. 

O estilo de vida e, particularmente, os hábitos alimentares, desempenham um papel preponderante no aumento destas condições crónicas. Sabe-se que 80% dos casos de doenças cardiovasculares, 90% dos casos de diabetes mellitus tipo 2 e 33% dos casos de todos os tipos de cancro poderiam ser evitados pela adopção de estilos de vida saudáveis, nomeadamente através de mudanças benéficas nos hábitos alimentares, da prática regular de exercício físico e da cessação dos hábitos tabágicos. 

Os principais factores de risco na base do desenvolvimento destas condições crónicas incluem a hipertensão arterial, hipercolesterolemia, excesso de peso, sedentarismo, fraco consumo de horto frutícolas, elevado consumo de sal, de gordura saturada e ácidos gordos trans. Todos estes factores podem ser modificados através da alimentação. 

A alimentação saudável promove a saúde e previne a doença. É uma forma racional de comer que assegura variedade, equilíbrio e quantidade justa de alimentos, que devem ser escolhidos pela sua qualidade nutricional e higiénica e que são submetidos a benéficas manipulações culinárias. Os princípios da alimentação saudável são transmitidos pela Roda dos Alimentos, que é, por excelência, o guia alimentar da população portuguesa. 

Como prevenir é o melhor remédio, será importante conhecermos o nosso estado nutricional e adoptarmos um padrão alimentar saudável. Assim, no próximo dia 16, para celebrar o Dia Mundial da Alimentação, entendeu a Associação Portuguesa dos Nutricionistas realizar check-ups ao Índice de Massa Corporal (IMC) em alguns hospitais, centros de saúde e outras instituições, de norte a sul do País, com o objectivo de diagnosticar, informar e aconselhar os portugueses em matéria de alimentação saudável, contribuindo não só para a prevenção da obesidade mas também para a prevenção de outras doenças relacionadas com uma alimentação desequilibrada. 



sábado, 15 de novembro de 2008

Resveratrol

É antioxidante, anti-inflamatório, regula a saúde reprodutiva do homem e da mulher. O resveratrol, um dos 200 polifenóis do vinho, pode ser a razão inconsciente por que nos sentimos tão felizes depois de bebê-lo.

O chamado "paradoxo francês" refere-se ao facto de as pessoas em França terem baixos índices de doenças do coração, apesar de exagerarem na manteiga ou fumarem como
chaminés. Acredite ou não, o fenómeno foi pela primeira vez notado em 1819 pelo médico irlandês Samuel Black. Por exemplo, o francês médio consome 108 gramas por dia de gordura animal em 2002, enquanto que o americano consome 72. Os franceses comem quatro vezes mais manteiga, 60 % mais queijo e qua se três vezes mais carne de porco.
Definitivamente adoram gordura! Quem pode condená-los? A gordura sabe bem. E com a descoberta de um novo receptor de gordura no paladar, publicado no Journal of Clinical Nutrition, faz todo o sentido sermos tão viciados no sabor da gordura.

Uvas e vinho tinto
Então o que explica este bizarro paradoxo de comer muita gordura e ter uma boa saúde cardiovascular, e talvez até melhores índices globais de saúde? Meus amigos… é o vinho. Especifica mente, o ingrediente activo no vinho tinto chamado resveratrol. Este impressionante ingrediente encontra-se nas uvas. Aliás, o vinho tinto é bem conhecido
pelos seus efeitos na longevidade das bactérias, dos vermes, das moscas. É um princípio: os cientistas estão sempre a estudar estes organismos "simples" antes de avançar para a espécie hominídea mais complicada (isto é, nós).

Saúde feminina
O vinho tinto também tem revela do efeitos anti-cancerígenos e anti-inflamatórios.
Mais importante ainda, este ingrediente pode ter efeitos significativos na saúde feminina. Resveratrol e transresveratrol (a versão 'trans' tem uma estrutura molecular diferente) são fitoestrogénios potentes, presentes na pele das uvas, de outros alimentos à base de plantas e no vinho. Como deve saber, os fitoestrogénios são componentes não-esteróides, de origem vegetal, que são funcional e estruturalmente semelhantes aos estrogénios esteróides, como o estradiol, produzido pela mulher. As hormonas geralmente usadas na terapia hormonal de substituição podem causar efeitos adversos graves, incluindo AVC, problemas na vesícula biliar e outras complicações como cancro do útero, endométrio e da mama. Um copo por dia Onde entra então o resveratrol? Não é só para mulheres. Existem estudos com animais que revelam que a contagem de esperma e a testosterona no plasma aumenta com o consumo de resveratrol. Argumentos suficientes para recomendar um copo de vinho tinto por dia para todos aqueles que querem melhorar saúde e bem-estar.

O QUE É?
Quimicamente, é um fitoalecino polifenólico. Encontra-se na pele das uvas pretas e no vinho tinto. 
COMO ACTUA?
O resveratrol mostrou ter inúmeros benefícios. É anti-cancerígeno, antienvelhecimento,
anti-inflamatório e protege a saúde cardiovascular.


E esta hein?